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segunda-feira, 30 de maio de 2011

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                "Isso é um desrespeito à democracia"

                                                                                                              Seg, 30 de Maio de 2011 17:54

A fala do então presidente da Câmara Municipal de Fortaleza, dirigida aos profissionais de educação, não a julgo infeliz, como muitos dos jornalistas. Julgo-a insipiente de um homem público e incipiente de líder de uma Casa, por ele comandada, a qual não lhe pertence, mas, ao povo fortalezense que, embora, indiretamente, ali o pôs, sem saber que seria, por ele, negado o direito de defesa. Rui Barbosa, assim disse: O bom ladrão salvou-se, mas, ao juiz "cobarde", não escaparás do ferrete do inferno. A prevaricação dos magistrados imolou Jesus, assim como a prevaricação dos vereadores, ao se ausentarem da Câmara, lugar de defesa do povo, imolou o princípio democrático tão defendido pela esquerda, a qual hoje se encontra no poder.

"Isso é um desrespeito à democracia". Indignado, concordo com a fala do presidente. Realmente é um desrespeito à democracia acreditar que o professor é um malfeitor e que dele devem ser protegidos os vereadores descompromissados, que, não por medo, mas por desrespeito e covardia, abandonaram uma sessão pela ordem de seu presidente. Desrespeito à democracia é acreditar que a educação seja rota por irresponsáveis, os quais não mendigam melhorias, mas imploram o cumprimento de uma lei. Irresponsáveis, sim, pois esta é a marca, segundo o presidente, de cinquenta ou cem baderneiros que se encontravam na Câmara Municipal na terça-feira passada. Não mais entendo a matemática, pois para mim o dobro é sempre cem por cento. Equívoco de um presidente despreparado e sem poder de articulação. Neste dia, havia para mais de quatrocentos professores, e não irresponsáveis, ocupando os espaços daquela Casa. Profissionais, pais de família, educadores, os quais dedicam horas ao labor, ao repasse de conhecimento aos seus alunos sobre ética, respeito, disciplina e dignidade. Tais profissionais são, infelizmente, tachados de irresponsáveis. Diante disso, não sei o sentido do vocábulo irresponsável. Por ser estudioso do idioma português, acredito na evolução dos vocábulos, mas confesso, abestalhado, que não compreendo o sentido de irresponsáveis, direcionado a quem se dedica horas ao trabalho de educar.

Como trabalhador, diferentemente do que aponta o presidente da Câmara, quero meus filhos educados por estes profissionais convictos de seus valores, cientes de seus direitos e corretos em suas posturas. Como educador, embora não pertencente à esfera pública, envergonho-me de ter, acreditando ser ideológico, depositado confiança em oportunistas avermelhados, travestidos de ideologias fajutas e de pensamentos stalinistas, cujos princípios resultam em amor ao poder e cuja defesa é blindada com argumentos de que a moeda sempre tem duas faces. A gramática política, da qual Machado de Assis fez uso para expressar o pensamento política da época, faz-se hoje presente na figura de antidemocratas e de neófitos articulistas, os quais, por desconhecimento do princípio democrático, agem como sendo senhores das leis e dos deveres.

Não é democrático afirmar que não fez uso de repressão. Aos 43 anos de idade, vivi pouco a ditadura militar, mas compreendia o significado e significante do signo linguístico "repressão". Tal vocábulo, comum naquele regímen, não mais pode ser expresso nos dias de hoje. Lembro-me do conceito de ESPADA, a qual nas eras bárbaras representava a força, mas, nas mãos de governantes idôneos, representava a segurança e os direitos de uma nação. Este é, sim, o princípio democrático de um país, o qual respeita a sua identidade, a sua cultura e a sua história. Qualquer ato contrário estará em descompasso com o ordenamento de uma promissora nação. Não devemos, não podemos acatar que, em pleno século XXI, com a derrocada de regímens ditatoriais em todo o planeta, políticos despreparados tenham poder de decisão e atrapalhem o processo democrático de uma nação, a qual sofreu vinte anos de repressão.

"País sem educação é pais desarmado", dito do então senador Cristóvão Buarque. Compreender esta frase, sim, é democracia. Fora disso, é dissimulação, enganação e prevaricação dos que devem proteger e respeitar a Constituição deste País.

Não me surpreenderia, pelas falas do então presidente da Câmara, ao defender a segurança de seus vereadores, a imposição da força. E aí cairia em terra o adágio da esquerda "a polícia é para proteger o cidadão e não para dar porrada em trabalhadores." Que a Guarda Municipal não seja utilizada para bater em intelectuais e educadores, os quais nada reivindicam, apenas cobram da prefeita o cumprimento da lei. Confira no site do prof. Marcelo Braga

http://www.professormarcelobraga.com.br/2010/index.php?option=com_content&view=article&id=288:isso-e-um-desrespeito&catid=36:noticias&Itemid=175

 
A greve dos professores

A greve dos professores de educação do Município exige uma reflexão. O direito do trabalhador de parar seu trabalho é, hoje, um assunto tão pacífico e aceito por todos que, muitas vezes, esquecemos que há uma importante diferença entre uma greve justa e eticamente correta e uma greve injusta e moralmente condenável. Uma greve deve ser, em última análise, uma maneira de ameaçar e infligir prejuízo ao governo, firma ou pessoa que está nos injustiçando, com a finalidade de pressioná-los a remediar ou acabar com a injustiça. No passado, o prejuízo causado por uma greve era em grande parte, limitado ao empregador. Hoje, porém, por causa da interdependência dos diferentes grupos na sociedade, o dano é sofrido, não somente pelo empregador, mas também por muitas outras pessoas inocentes, por exemplo, os alunos. O prejuízo que outras pessoas inocentes de qualquer injustiça podem sofrer é frequentemente maior do que o prejuízo sofrido pelo empregador. Um número reduzido de homens em posições chaves, especialmente nos setores públicos e de serviços, pode comprometer uma cidade toda ou toda a nação, mesmo em situações onde, dificilmente, se vê que uma injustiça real é a causa de sua ação ou que a justiça exige absolutamente uma greve. Antes de iniciar uma greve todos, nela envolvidos, devem responder quatro perguntas básicas: (1) Há certeza absoluta da existência de uma real injustiça? (2) Será que esta injustiça é suficientemente grave para justificar a perda ou prejuízo que provavelmente será causada pela greve? (3) Há uma adequada proporção entre a perda próxima a ser infligida e a finalidade legítima procurada? (4) Será que todos os esforços para chegar a um acordo através de negociação foram feitos? Uma pessoa tentando decidir se deve ou não fazer greve tem que responder a estas perguntas afirmativamente, antes de poder afirmar que "esta greve é moralmente justificável". Nunca podemos esquecer que uma greve é uma arma a ser usada somente como último recurso, e nada pode justificar seu uso como primeiro passo numa disputa para ganhar melhores salários. A administração pública e donos de empresas não devem esperar que a inquietação ou agitação se instale antes de conceder razoáveis melhoramentos em salários e condições de trabalho. Greves potenciais são evitadas quando sensíveis administradores de empresas, lideranças sindicais responsáveis e competentes, sentam-se à mesa para negociar num ambiente de respeito mútuo. A greve ganha as manchetes, mas são os administradores ou gerentes de empresas e as lideranças sindicais que merecem proeminência pelo fato de ter evitado uma greve e os prejuízos e perdas envolvidas. É deplorável que a experiência torne plausível para os trabalhadores que "somente uma greve consegue resultados", e nada mais funciona.

Pe. Brendan Coleman - Assessor da CNBB

Terça, 31 de Maio de 2011 CONFIRA NO LINK

http://www.oestadoce.com.br/index.php?acao=noticias&subacao=ler_noticia&cadernoID=13&noticiaID=48235

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